Novas regras preveem inglês avançado e jornada de trabalho de 10 horas por semana para intercambistasO governo britânico anunciou que
dificultará o processo para obtenção de vistos de estudantes, em uma tentativa de prevenir o que chama de
"abusos do sistema" por parte de candidatos que, na realidade, chegam ao país para trabalhar.
O ministro britânico do Interior, Alan Johnson, informou que as novas regras exigirão que os alunos tenham um determinado nível de inglês e reduzirão o número de horas que os estudantes poderão trabalhar se estiverem em curso abaixo de nível universitário.
Ele acrescentou que as regras, mais rígidas, não se dirigem aos estudantes genuínos, e sim aos que chegam ao país com a finalidade primária de trabalhar.
"Os estudantes estrangeiros que pretendem vir para a Grã-Bretanha por razões legítimas de estudo continuam a ser bem-vindos. Mas os que vêm primariamente pelo trabalho, não tenham dúvida de que vamos ser mais duros com os que ignoram as regras", afirmou o ministro, em um comunicado.No ano escolar de 2008/09, o governo
emitiu 242 mil vistos de estudantes. Outros 1
00 mil pedidos foram recusados.Um porta-voz do Ministério do Interior confirmou que a mudança terá um "impacto significativo" neste número a partir do próximo ano escolar, mas não confirmou rumores de que a redução seria de dezenas de milhares.
Entre as regras, que entrarão em vigor em questão de semanas, segundo o governo, está a de que os estudantes de fora da União Europeia necessitarão de um nível de inglês avançado, em vez de inicial, como ocorre atualmente.
Quem estiver em um curso com nível abaixo de nível universitário só poderá trabalhar
10 horas por semana, e não 20 horas semanais como atualmente.
Além disso, estudantes em cursos com duração menor que seis meses não poderão trazer dependentes para o país, e os dependentes de estudantes em cursos com nível abaixo de universitário não poderão trabalhar.
As mudanças são anunciadas uma semana após a agência de imigração britânica ter suspendido pedidos de visto provenientes do norte da Índia, Nepal e Bangladesh.
A questão ganhou importância quando veio a público a notícia de que o nigeriano que tentou explodir um avião em Detroit, Umar Farouk Abdulmutallab, estudou em Londres e desenvolveu ligações com a rede Al Qaeda no Iêmen após deixar a Grã-Bretanha.
No ano passado, a Grã-Bretanha introduziu um sistema de pontos, no qual cada critério corresponde a determinado número de pontos. Por esse esquema, os estudantes precisam ter uma nota 40 para obter seu visto.
"Criamos nosso sistema de pontos de forma que podemos responder rapidamente à mudança de circunstâncias, quando isto for necessário, para elevar o nível que os estudantes precisam ter para vir para a Grã-Bretanha", disse o ministro.
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