quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Voce sabe o que quer dizer: "Big Society" que o primeiro ministro fala.



Plano de 'grande sociedade' dará poder ao povo, diz Cameron

Programa de governo junta propostas convergentes dos Conservadores e dos Liberias Democratas

A nova coalizão entre Conservadores e Liberais Democratas revelou nesta terça-feira um programa de "grande sociedade" que tem como intenção "tirar poder dos políticos e dá-lo ao povo".

Segundo o jornal britânico The Guardian, o documento de três páginas estabelecendo novas políticas acordadas pelos dois partidos é construída sobre o acordo de coalizão entre David Cameron e Nick Clegg e foi descrito como o primeiro pedaço de um "programa de governo compreensivo" publicado até agora.

Os planos incluem a introdução de um programa nacional de serviço civil para pessoas com 16 anos de idade, reformas no sistema de planejamento para dar à comunidade mais controle sobre seu desenvolvimento, permitir que funcionários do setor público formem cooperativas e dar ao público acesso a arquivos do governo.

Cameron falou sobre a "grande sociedade" durante sua campanha eleitoral e está fortemente comprometido com a ideia de que cidadãos devam ter mais poderes, mesmo que alguns Conservadores sentirem que o tema não era do interesse dos eleitores.

Mas essa é uma das áreas onde as crenças de Cameron coincidem com a filosofia dos Liberais Democratas, e parece ter sido relativamente fácil para os dois partidos concordarem em um programa conjunto nesta área.

Nick Hurd, o líder dos Conservadores e no ministro para Sociedade Civil, será encarregado de tocar a agenda. Ele será assistido por Nat Wai, o fundador do programa de graduação de ensino, Teach First, que trabalhará como conselheiro do governo na "grande sociedade".

Ao anunciar o programa em um evento em Downing Street, Cameron disse: "Durante a campanha eleitoral eu estendi um convite a todos nesse país para se juntar ao governo britânico. Eu disse que a ideia de uma grande sociedade marcharia pelos corredores do poder - e está acontecendo agora. Hoje é o começo de uma profunda e séria reforma que tiraria poder dos políticos e daria às pessoas."

"Isto porque sabemos instintivamente que o Estado não é por vezes muito humano, é monolítico e ineficiente para combater nossos problemas sociais mais graves. Nós sabemos que as melhores ideias vêm de baixo para cima, e não o contrário."

Sabemos que quando você dá às pessoas e às comunidades mais poder sobre suas vidas, mais poder para se juntar e trabalhar juntas para tornar a vida melhor - grandes coisas acontecem", disse Cameron.

Clegg, o vice primeiro-ministro, disse: "Nós precisamos de mudanças radicais que coloquem o poder de volta nas mãos das pessoas. Somente derrubando interesses pessoais e dando real poder à população de controlar suas vidas é que conseguiremos construir um Reino Unido justo".

Para encorajar o trabalho voluntário, o governo irá lançar um "dia da grande sociedade" nacional. É esperado também o envolvimento de alguns trabalhadores civis no trabalho comunitário, com o envolvimento comunitário se tornando "um elemento chave da máquina do serviço civil".

Outras políticas no programa envolvem:

• A criação de uma nova geração de organizadores comunitários

• A fundação de grupos de bairros através de um Banco da Grande Sociedade, usando dinheiro de contas bancárias dormentes

• Forçar a polícia a publicar detalhes e estatísticas sobre crimes locais

• Revisão das finanças dos governos locais, e dar aos conselhos competência no poder

Nos próximos dias a coalizão irá publicar programas de políticas que cubram outras áreas. Juntos, irão formar a agenda principal do novo governo.


Reino Unido pode perder 1,3 milhão de empregos até 2015!!




Perda é consequência dos cortes de orçamento anunciados pelo primeiro-ministro David Cameron

Até 1,3 milhões de empregos podem desaparecer no Reino Unido até 2015 em consequência dos cortes orçamentários anunciados pelo governo do primeiro-ministro britânico, David Cameron.


As estimativas são baseadas em números publicados pelo Ministério das Finanças e divulgados pelo jornal The Guardian, segundo os quais, nos próximos cinco anos, podem ser perdidos 120 mil empregos no setor público e 140 mil no privado a cada ano.

O ministro das Finanças, o conservador George Osborne, anunciou cortes em termos reais de 25% em todos os departamentos do governo nos próximos quatro anos, exceção apenas à saúde e às ajudas ao desenvolvimento.

Embora não tenha dito quantos empregos do setor público desapareceriam, o governo insistiu mais de uma vez que a maioria dessas perdas de postos de trabalho aconteceria de forma natural, com postos que não seriam ocupados depois de ficarem vagos.

Ao mesmo tempo, o governo prevê a criação de 2,5 milhões de empregos em consequência do crescimento do setor privado.

O secretário-geral da confederação sindical TUC, Brendan Barber, classificou como "absurdas" as previsões oficiais, já que serão reduzidos os contratos públicos e diminuirá a despesa das famílias como consequência das medidas de austeridade anunciadas.

O Ministério das Finanças citou, no entanto, um relatório do Escritório de Responsabilidade Orçamentária, criada por Osborne, segundo o qual o desemprego alcançará em 2010 8,1% da população ativa para cair depois gradualmente até 6,1% em 2015.

O ex-titular trabalhista de Finanças, Alistair Darling, acusa, no entanto, seu sucessor de "desonestidade" ao não dizer aos cidadãos claramente que os cortes orçamentários vão destruir empregos.

"Os tories não foram obrigados a tomar essas medidas (de economia). Simplesmente optaram por tomá-las", afirma Darling, que disse que esses cortes "supõem uma ameaça real à recuperação econômica do país".

Entre os que criticaram as medidas adotadas pelo governo conservador liberal-democrata britânico está o prêmio Nobel de Economia Joseph Stiglitz.

Segundo ele, os governos, como o britânico, não só se negam a estimular a economia, mas se dedicam a recortar despesas, como fez o presidente americano Herbert Hoover em 1929, com a consequência da quebra de Wall Street na Grande Depressão.

"Hoover achava que quando se entra em recessão, aumentam os déficits, por isso optou pelos cortes. Isto é exatamente o que querem agora os estúpidos mercados financeiros que nos introduziram totalmente nos problemas que temos", assinala o prêmio Nobel em recentes declarações à imprensa britânica.