sábado, 6 de novembro de 2010

Como conseguir aumento de salário em caso de acúmulo de funções


Como conseguir aumento de salário em caso de acúmulo de funções

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O tema de hoje é aumento de salário. Escolhi a mensagem de um ouvinte, mas tenho recebido várias outras de teor bem semelhante. Ele escreve:

"Nos últimos meses, alegando que precisava cortar custos por causa da crise, minha empresa fez reduções de quadro e remanejamento interno de pessoal. Nesse processo, acabei acumulando as funções de dois outros colegas, que foram dispensados. Como resultado, estou trabalhando por três e ganhando por um, porque meu salário não mudou e a empresa não deu nenhum sinal de que poderá mudar.

Além disso, ninguém me disse o que acontecerá quando a crise terminar: posso voltar à minha condição anterior e não receber qualquer recompensa por meu esforço, ou permanecer na situação em que estou, ganhando menos do que mereço. Pergunto: como conseguir um aumento aproveitando que a empresa não pode ficar sem mim neste momento?"

O primeiro passo é o mais simples: chegar no superior imediato e perguntar se esse acúmulo de funções poderá, em algum momento, ter uma contrapartida financeira. A resposta mais provável será a de que ainda é cedo para discutir o assunto, porque a situação da empresa é difícil e o sacrifício de todos é necessário. Essa resposta parece vaga, mas não é. Ela significa que não haverá aumento, nem agora, nem depois.

O segundo passo é perguntar, se mesmo sem reajuste, a nova função poderia ser registrada na carteira profissional. Se a resposta também for negativa, isso quer dizer que a empresa pretende manter a situação presente quando a crise passar. Não são poucas as empresas que descobriram que seu quadro de pessoal estava meio inchado antes da crise, e que podem manter a produtividade com menos gente.

Considerando a pior hipótese, a de que as duas respostas sejam negativas, há duas opções. A primeira, blefar. Dizendo que vai pedir a conta. E a segunda, aproveitar a experiência como aprendizado para engordar o currículo. E depois, quando a crise abrandar, e as empresas voltarem a contratar, procurar outra empresa menos muquirana para trabalhar.

A segunda opção é a mais segura. A primeira, blefar, pode até funcionar, mas apenas se o ouvinte tiver absoluta certeza de que a empresa não pode mesmo ficar sem ele. Como no pôquer, ele estaria arriscando um all-in, e poderia ganhar muito ou perder tudo.

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