segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Multiculturalismo britânico facilita o terrorismo


O caráter multicultural da Grã-Bretanha torna o país mais vulnerável ao terrorismo islâmico, justamente por causa de cisões na identidade política e nos valores nacionais, segundo relatório divulgado na sexta-feira pela entidade Instituto dos Reais Serviços Unidos, que foi prontamente contestado pelo governo.

"Parecemos uns frouxos. Somos de fato uns frouxos, tanto para dentro quanto para fora", diz o relatório.

A integração (ou não) das comunidades étnicas na Grã-Bretanha, especialmente seus 1,8 milhão de muçulmanos, é uma das grandes questões políticas desde que quatro jovens muçulmanos nascidos na Grã-Bretanha cometeram um atentado que matou 52 pessoas nos transportes públicos de Londres, em julho de 2005.

A política oficial do país é de não impor uma identidade britânica única, preferindo promover uma sociedade multicultural, o que para muitos na verdade provoca a segregação de minorias.

O relatório do Rusi (na sigla em inglês), baseado em conclusões de ex-comandantes militares, diplomatas e analistas, conclui que "a falta de autoconfiança do país está em forte contraste com a implacabilidade do inimigo terrorista islâmico".

"A segurança do Reino Unido está em risco e sob ameaça", disse o texto, que propõe a criação de uma comissão ministerial para supervisionar a política de segurança, e de uma comissão parlamentar para identificar falhas na proteção do país.

"O terrorismo islâmico é onde as pessoas tendem a começar. O Reino Unido se apresenta como um alvo, uma sociedade fragmentária, pós-cristã, cada vez mais dividida a respeito das interpretações da sua história, sobre seus objetivos nacionais, seus valores e sua identidade política", disse o instituto.

"Essa fragmentação é agravada pela firme auto-imagem desses elementos internos que se recusam a se integrar", acrescenta o relatório, com críticas também "à falta de liderança da maioria, que numa equivocada deferência ao 'multiculturalismo' fracassou em estipular a linha às comunidades imigrantes."

O governo reagiu com indignação, dizendo, segundo um porta-voz, "rejeitar qualquer sugestão de que a Grã-Bretanha seja molenga com terroristas".

"Temos uma estratégia detalhada e robusta para conter o terrorismo internacional", afirmou esse porta-voz.

Em entrevista à rádio BBC, o parlamentar trabalhista (governista) Keith Vaz criticou o relatório por atribuir o terrorismo ao multiculturalismo. "Acho que um dos problemas com este relatório é que eles não olharam de verdade para nossa sociedade multicultural para ver quais benefícios ela trouxe ao país. Ele não tem sido molenga com o terrorismo."


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