quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Europeus reagem a trabalhador estrangeiro



Greves e protestos desafiam livre circulação de mão de obra na UE

Recessão na Europa faz explodir uma tensão latente entre trabalhadores locais e milhões de imigrantes que nos últimos anos chegaram ao continente. Ontem, trabalhadores de uma usina nuclear na Inglaterra decidiram fechar a instalação em uma greve contra a decisão de uma empresa de dar postos de trabalho para italianos e portugueses. Nas obras para preparar Londres para as Olimpíadas 2012, dezenas de romenos foram demitidos para dar lugar a ingleses.

Com desemprego batendo taxas recordes, vários partidos de oposição e de extrema direta já questionam governos sobre a abertura de suas fronteiras e um dos pilares da construção da UE: a livre circulação de trabalhadores. Em Bruxelas, a ordem é evitar o protecionismo.

Na Itália, membros do governo já indicaram a necessidade de rever as cotas para a imigração, em uma medida explicitamente protecionista. Na Suíça, o Parlamento aprovou uma lei endurecendo os controles sobre imigrantes e, no Parlamento Europeu, uma lei será aprovada nesta semana criando duras penas contra empregadores que derem trabalho para pessoas sem visto.

Mas é no Reino Unido que a tensão se transformou em uma crise política. Trabalhadores de uma refinaria da Total iniciaram uma greve diante da decisão da empresa de dar 200 postos de trabalho a estrangeiros, com salários mais baixos.

O protesto se espalhou e já envolve várias regiões e centenas de trabalhadores. Ontem quase mil empregados da usina nuclear de Sellafield, no Oeste da Inglaterra, optaram por interromper o trabalho por 24 horas.

Na Inglaterra, o desemprego atingiu neste mês sua maior taxa em 11 anos, com 2 milhões de desempregados. Ontem, o ministro de Indústrias do Reino Unido, Peter Mandelson, criticou propostas de que barreiras formais aos estrangeiros devessem ser criadas.

Segundo ele, 300 mil empresas britânicas dependem de estrangeiros e as abertura das fronteiras é uma condição para a existência da UE. Mas, na surdina, o governo demitiu cerca de 200 romenos que trabalhavam ilegalmente nas obras para preparar Londres para os Jogos Olímpicos de 2012.

Em Londres, o governo endurece a política antiimigração. Mas os protestos em relação aos imigrantes se proliferaram. Na sede da Total, em Paris, cerca de 600 pessoas fizeram um protesto.

Na Suécia e Finlândia, casos já chegaram às Cortes Supremas.Empregados questionavam a autorização de empresas para contratar trabalhadores do Leste Europeu por salários mais baixos. A corte autorizou.


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