sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Reino Unido exigirá inglês a imigrantes; exceção são jogadores de futebol

Para entrar no mercado de trabalho britânico agora será preciso provar fluência.
Única brecha é para jogadores de futebol contratados para a primeira divisão.

Todos os trabalhadores qualificados de países não pertencentes à União Européia (UE) terão que saber inglês para entrar no mercado de trabalho do Reino Unido, informou neste domingo (9) a "BBC".

Segundo a rede pública britânica, o primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, deve anunciar a medida segunda-feira, no encontro anual da central sindical Trades Union Congress (TUC, na sigla em inglês), que será realizado em Brighton, no sul da Inglaterra.

O Governo calcula que 35 mil dos 95 mil trabalhadores estrangeiros qualificados não provenientes da UE que entraram no país no ano passado não tinham um nível adequado de inglês.

Atualmente, as autoridades britânicas dividem essa força de trabalho em três grupos: os muito qualificados, os qualificados e os pouco qualificados. Desde dezembro, o país exigia apenas aos trabalhadores muito qualificados um excelente domínio da língua inglesa, requerimento que a partir de agora será aplicado aos três grupos.

Para provar sua fluência no idioma, os interessados terão que ser aprovados em um exame de inglês reconhecido internacionalmente ou ter estudado no Reino Unido. Entre as exceções à regra estão os jogadores estrangeiros que forem contratados por equipes da primeira divisão do Campeonato Inglês.

Em declarações à "BBC", a ministra do Interior do Reino Unido, Jacqui Smith, afirmou que a medida permitirá que os imigrantes "se integrem mais rapidamente" ao país.

Já o diretor-geral da Câmara de Comércio do Reino Unido, David Frost, mostrou-se contrário à medida, afirmando que os imigrantes contribuíram nos últimos anos para "um crescimento contínuo da economia, com uma ética trabalhista e um nível de qualificação que os britânicos não têm".

"Certamente, saber o idioma é importante. Mas isso me preocupa, pois pode fazer com que aqueles que desejam trabalhar e ajudar nossa economia não possam entrar em nosso país, e levem seus conhecimentos e talentos a outros lugares", acrescentou Frost.

No opositor Partido Conservador, o porta-voz de Imigração Damian Green qualificou a iniciativa como uma "medida menor". "A menos que ajude a diminuir o número de pessoas que vêm para cá", disse.

Por sua vez, o secretário-geral do TUC, Brendan Barber, elogiou o plano de Brown, pois, em sua opinião, muitos imigrantes que não falam o idioma são explorados por empregadores "sem escrúpulos".

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